quarta-feira, 1 de julho de 2020
terça-feira, 31 de março de 2020
FAMÍLIA – LUZES NO LAR
Ponto de luz: «Às vezes, fala-se do amor como se fosse um impulso para a satisfação própria, ou um simples recurso para completarmos em moldes egoístas a nossa personalidade. E não é assim: o amor verdadeiro é sair de si mesmo, entregar-se. O amor traz consigo a alegria, mas é uma alegria com as raízes em forma de cruz… O amor deve ser renovado dia a dia; e o amor se ganha com o sacrifício, com sorrisos, com arte também» (Entrevistas a Mons. Escrivá, nn. 43 e 107).
Um projeto a ser realizado
São Josemaria falava sempre de que os lares cristãos deveriam ser «luminosos e alegres».
Enchem-se de luz os lares em que o casamento e a família são vistos como um «projeto» a ser realizado dia após dia, entre os três (marido, mulher e Deus). Entendem que o matrimônio cristão é – como o sacerdócio – uma «vocação» e uma «missão», que o dia das núpcias é apenas um início, que exigirá um aprendizado, uma retificação, um aprimoramento e uma renovação contínuos[1].
Alguém dizia, com aparente seriedade, que «o matrimônio não existe», e com isso queria significar que é como o projeto de uma construção apenas planejada; só se tornará real quando os esposos, com a oração, com o aprofundamento na formação cristã, e a experiência, comecem a construí-lo. E deve ser uma construção permanente, diária, uma tarefa que durará a vida interia.
Precisarão os esposos de cuidar dos alicerces, as bases fortes de um ideal familiar cristão; e escolher os melhores materiais: as virtudes humanas e sobrenaturais aplicadas a cada situação, fácil ou difícil: fé, esperança, amor, prudência, fortaleza, generosidade, desprendimento, justiça, etc.
O alicerce insubstituível da família, como de toda a vida cristã, é Cristo, que está sempre pronto para ajudar, mediante graça do Sacramento do Matrimônio. Cada um veja como constrói – dizia são Paulo –. Quanto ao fundamento, ninguém pode colocar outro diverso do que foi posto: Jesus Cristo (1Cor 3,10-11).
Sobre esse alicerce, os materiais são as virtudes. Uma família, um lar, construído sobre o direito de ser feliz e os meros sentimentos, é uma casa de papel que um fósforo pode reduzir a cinzas.
Ora, entre as muitas virtudes que se devem conjugar para a edificação de uma família bela e sólida, penso que há duas que têm um papel fundamental: a humildade e a generosidade.
A humildade
Quando se cultiva essa virtude, vai-se adquirindo um «seguro de amor», que previne a falência. O que desgasta a família é quase sempre a falta de humildade: quer se chame soberba, egoísmo, susceptibilidade, teimosia, prepotência… Tudo isso são colorações diversas do orgulho.
A experiência mostra que as duas frases de santos que vou citar a seguir estão carregadas de razão:
Sugiro que se examine sobre algumas manifestações de humildade, que anoto a seguir:
Com o egoísmo, o marido tende para a passividade no lar, para a poltrona, o jornal, a tv, e outras formas de esquecimento dos problemas domésticos. A mulher tende a cair no desleixo na apresentação, nas reclamações excessivas e nos maus modos; e os nervos ficam mais prontos para disparar.
Um excelente ato de respeito é saber escutar, sem menosprezar a pessoa que fala. A Imitação de Cristo diz: «Não queiras confiar demais na tua opinião… Sempre ouvi dizer que é mais seguro ouvir e receber conselho do que dá-lo… É sinal de orgulho e teimosia não querer concordar com os outros quando a ocasião e a razão o pedem»[2]. A virtude da prudência – muito ligada à razão e à reflexão – é a que nos indicará quando convém calar e escutar e quando falar.
Custa perdoar. Sem dúvida. Mas, com Deus, podemos. Peçamos-lhe que Ele, todopoderoso, queime o arquivo maligno que guardamos no coração, contendo a lembrança de todas as mágoas antigas e recentes. Essas mágoas que, quando um esposo ofende o outro, emergem como uma lista interminável de recriminações e acusações mútuas. Como sofre o amor por não termos sabido calar e abandonar as nossas dores nas mãos de Deus!
A generosidade
Amar é dar, sobretudo é dar-se. O egoísta só pensa no que recebe, e então calcula com uma balança interior mesquinha o pouco que dá. O generoso é como Jesus, que não se poupou em nada e deu a vida por nós.
Vamos lembrar agora apenas dois aspectos da generosidade no cotidiano do lar:
[2] Livro I, capítulo 9 [3] Ver a Exortação apostólica Amoris laetitia-A alegria do amor, de 19 de março de 2016, n. 133 |
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