sexta-feira, 22 de junho de 2018

“Quero que você saiba que eu procurei você para agradecer por não ter me abortado”

CHRISTIAN WEBER

O testemunho arrepiante do jovem adotado que foi em busca da mãe biológica violentada desde a infância

Cristian poderia muito bem não estar aqui. O testemunho de Cristian poderia muito bem não ter sido jamais pronunciado. A voz de Cristian poderia muito bem não ter jamais sido ouvida.
Mas a mãe dele, que o trouxe à luz deste mundo ainda muito jovem e em meio a muitas feridas no corpo e na alma, seguiu em frente naquela gravidez assustadora, que não tinha sido planejada, e entregou o seu filhinho indefeso para ser adotado.
Cristian sempre soube que tinha sido adotado. E à medida que foi crescendo, sentiu a necessidade de saber quem era a sua mãe biológica, de acordo com o relato que ele próprio apresentou ao congresso argentino a fim de que os cidadãos do seu país pudessem ter mais informações reais na hora de opinarem sobre a eventual legalização do aborto.
Aos 15 anos, ele encontrou um envelope com os dados da sua adoção e, pela primeira vez, leu o nome de sua mãe biológica. Mais ainda: encontrou ali a informação documental de que precisaria para algum dia procurá-la. Não é que antes tivessem escondido esses dados dele; ele é que simplesmente não se encorajava a perguntar sobre ela aos seus pais. Além disso, numa época em que não existiam as redes sociais, não seria fácil procurá-la quando ele morava no interior da Argentina e ela em Buenos Aires.
Tempos mais tarde, porém, já casado, Cristian decidiu empreender aquela busca.
Sua mãe tinha chegado a Buenos Aires aos 12 anos de idade… para trabalhar. Quando menina e adolescente, sofreu abusos intermináveis. Fazia mais de duas décadas que ele não a via – e não poderia se lembrar daquela data, porque foi a data em que ela o deixou num hospital, bebezinho ainda, para ser entregue a novos pais, que o amassem e pudessem cuidar dele.
Depois que falaram por telefone e combinaram encontrar-se num shopping center portenho, houve silêncio durante os primeiros longos e pesados minutos de um encontro que tantos anos demorara para se realizar. Finalmente, ele disse a ela:
“Eu queria que você soubesse que eu procurei você para lhe agradecer por não ter me abortado”.
A mãe explodiu em lágrimas. Quando conseguiu, confessou:
“Todos os dias da minha vida, eu sempre estive pensando em você”.
Congresso nacional argentino, 2018.
“Eu quero lhes dizer que, independentemente de ela ter me dado a vida ou ter talvez me abortado, nada teria mudado o fato de que, todos os dias da vida dela, ela teria continuado para sempre a pensar nesse bebê.
Uma mulher que aborta não pode nunca deixar de pensar nesse bebê. Não pode nunca deixar de pensar nessa pessoinha que estava começando a ser gestada dentro dela. Eu sei que existem gravidezes que acontecem por relações forçadas, por estupros (…) Não pretendo me colocar no lugar dessas futuras mães. Eu jamais vou poder saber do sofrimento, da tristeza e do vazio que essas situações provocam para elas. Mas eu sei, isto sim, o que é desfrutar da vida, o que é poder ajudar o próximo, lhe dar esperança ou dar um abraço em quem nunca sentiu um abraço, sabendo que a minha mãe tinha a escolha, como dizem, de me abortar ou de me permitir viver.
A pergunta que nós temos que fazer hoje não é quando começa a vida, mas quanto vale a vida.
Permitamos, todos juntos, que outros bebês possam nascer, como eu pude nascer. Porque eu podia ter sido um possível abortado. Eu quero dizer a você que uma história que começa triste, dolorosa e injusta pode se transformar, nas mãos de um Deus de amor perfeito, numa história que merece ser contada”.
A voz de Cristian foi uma das 16 que se elevaram em favor da vida na terceira jornada de sessões abertas na Câmara dos Deputados da Argentina para que os cidadãos daquele país opinem sobre a possível legalização do aborto. Duas vezes por semana, as sessões continuarão até junho.
Infelizmente, apesar das centenas de pessoas que terão a oportunidade de argumentar antes que o projeto seja votado na Câmara, são cada vez menos os deputados que assistem às sessões.

https://pt.aleteia.org/2018/05/22/quero-que-voce-saiba-que-eu-procurei-voce-para-agradecer-por-nao-ter-me-abortado/

Médicos de hospital da Argentina avisam: “Não somos obrigados a fazer abortos”

ARGENTINA

De fato, eles têm direito à objeção de consciência. Aborto foi aprovado na Câmara do país na semana passada e deverá agora passar pelo Senado.

Com 129 votos a favor, 125 contra e uma abstenção, a Câmara dos Deputados da Argentina aprovou na semana passada um projeto de lei do aborto que deverá agora passar pelo Senado.
A iniciativa libera o aborto por qualquer motivo até a 14ª semana de gestação, além de estendê-lo para a totalidade dos 9 meses de gestação em casos de estupro, de risco de vida para a gestante e da assim chamada “inviabilidade” do feto.
No entanto, o projeto reconhece o direito dos profissionais da saúde à objeção de consciência, exercida de modo “individual e por escrito”, o que quer dizer que eles podem recusar-se a praticar o aborto com base em convicções morais pessoais.
É o caso dos médicos do Hospital Materno Neonatal da cidade de Misiones: eles já anunciaram que vão exercer o seu direito à objeção de consciência para não participar de práticas abortivas.
Segundo David Halac, gerente do hospital, os médicos renovaram o seu compromisso em favor da vida já faz 3 anos, ao adotarem o “protocolo do aborto não punível” nos casos de gravidez por estupro. O hospital agora vai atualizar a lista de objetores para verificar se algum profissional mudou de posição.
Halac declarou à Rádio Libertad, de Posadas:
“Nós dirigimos um hospital que traz a vida ao mundo, que salva vidas, que luta para ajudar um feto de 700 gramas vivo e agora nos pedem para realizar a curetagem. Acho que, no setor público, não há muitos médicos dispostos a realizar essas práticas. Entendo que devemos cumprir a lei, mas temos que ver como ela vai ser regulamentada”.
E acrescentou, com a dose urgente de realismo e objetividade que faltou ao debate no país:
“Muitas pessoas que falaram no Congresso deveriam ir para uma sala de cirurgia e ver como é que é feito o procedimento do aborto numa gestação de 13 semanas. E depois deveriam dar a sua opinião a respeito”.

https://pt.aleteia.org/2018/06/20/medicos-de-hospital-da-argentina-avisam-nao-somos-obrigados-a-fazer-abortos/?utm_campaign=NL_pt&utm_source=daily_newsletter&utm_medium=mail&utm_content=NL_pt

quarta-feira, 20 de junho de 2018

Brinque com seus filhos enquanto eles querem brincar com você


Pergunto para a minha filha mais velha o que ela mais gosta em mim. Helen, com seis anos, nem pensa muito e responde: “De brincar com você”. “E o que menos gosta do papai?” Eu me arrisco na pergunta.
Pergunto para a minha filha mais velha o que ela mais gosta em mim. Helen, com seis anos, nem pensa muito e responde: “De brincar com vocꔓE o que menos gosta do papai?” Eu me arrisco na pergunta.

“Quando você trabalha muito e não tem tempo para brincar comigo.”

Responde tranquilamente enquanto brincamos juntos no balanço do parquinho.
Sempre trabalhei muito, incluindo noites e finais de semana, não pela obrigação em si, mas porque sempre gostei (e gosto) muito do que faço. Mas a chegada de duas filhas implicou em repensar o que é fazer o que gosto.
Antes, uma frase de Steve Jobs era um mantra para mim.“Quando tinha 17 anos, li uma frase que dizia algo como: Se viver cada dia como se fosse o último, um dia estará certo. Isto me impressionou muito e nos 33 anos seguintes e olho no espelho todas as manhãs e me pergunto: Se hoje fosse o meu último dia, eu gostaria de ter feito o que farei hoje? E se a resposta for “não” por muitos dias seguidos, eu sei que preciso mudar algo” – disse Jobs. Esta lógica me ajudou a fazer o que realmente quero e gosto de fazer. E era feliz com isto.
Mas com a vinda da primeira filha e principalmente com a chegada da segunda, eu me dei conta que a reflexão do Steve Jobs era individualista demais. E apesar de Jobs ter sido um gênio como empreendedor, foi um fracasso como pai.
Foi aí que me deparei com outra reflexão feita por John Doerr, um dos principais investidores do Vale do Silício, que, por coincidência, era um dos mentores de negócios do próprio Steve Jobs. No discurso para os formandos da Rice University em 2007, Doerr confidenciou: “Há dez anos, eu não estava priorizando a minha família. Eu viajava muito. E qualquer trabalho era uma prioridade maior do que ficar com a família. Quando comecei a perder alguns almoços ou jantares em casa, ficou fácil não estar mais presente. Um dia eu percebi que minha filha Esther estava andando e Mary já estava no jardim de infância. E Ann (sua esposa) foi diagnosticada com câncer (ela se curou depois).
Tudo mudou. Eu mudei. E passei a colocar a família como a minha principal prioridade. Estar em casa às noites passou a ser a minha principal prioridade. E não era só estar presente. Eu declarei que entre seis e dez da noite não responderia nenhuma mensagem. Todas as reuniões de negócio, jantares e viagens deveriam passar no seguinte teste: Isto é mais importante do que estar em casa hoje à noite? Desde que adotei este teste, tenho jantado em casa quase todas as noites. Eu não tenho medo de fracassar. Só não posso fracassar em uma situação: com minha família e minhas filhas. Quando fracasso como investidor, eu posso perder algum dinheiro e um pouco de orgulho. Mas se fracasso como pai, eu perco o amor e a convivência que jamais poderá ser recuperado!”
Brinque com seus filhos enquanto eles querem brincar com você - Papo de Pai
Este depoimento foi o mais marcante em minha vida e desde então tento passar muito mais tempo com minhas filhas. Agora, quando me olho no espelho todas as manhãs eu me questiono: Será que tenho feito o que quero e gosto e também sido um bom pai e bastante presente? E se a resposta for “não” por muitos dias seguidos, eu sei que preciso mudar algo.
Daí a minha admiração cada vez maior por empreendedores que não só construíram grandes negócios (independentemente do tamanho que atingiram), mas que também se esforçaram para ser grandes pais.
De todos eles, Walt Disney talvez tenha sido o mais icônico. Não só por ter criado um negócio que incentivava a diversão familiar, mas também por deixar o ícone fora da sua residência. “Um homem jamais deve negligenciar sua família em favor do seu negócio.” – dizia. Disney sempre se orgulhou de ser um pai presente e apaixonado que protegia suas filhas da sua enorme fama. Em família, era só um pai alegre que adorava contar histórias e brincar com suas filhas nos parquinhos da cidade. Só com seis anos, sua primeira filha, Diane, se deu conta que seu pai era “o” Walt Disney. Neste momento, ela pediu um autógrafo ao pai…
E agora, enquanto vou ao parquinho brincar com minhas filhas, lembro que todos os pais também podem ser Walt Disneys.
(via Papo de Pai)

Atentados, suicídios: os jovens diante da violência do mundo

  Francisco Borba Ribeiro Neto   -   publicado em 02/04/23 Diante dessa situação, existe uma tarefa que compete a todos nós: os jovens preci...