domingo, 27 de março de 2016

Relações sociais trazem benefícios à saúde, diz estudo


Relacionamentos ajudam a proteger o organismo contra doenças
(Por O GLOBO - 05/01/2016)

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RIO - Quanto mais e melhores laços sociais as pessoas desenvolvem, melhor é a sua saúde em diferentes fases da vida, de acordo com um novo estudo da Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill, nos EUA. Esta é a primeira pesquisa a vincular de forma direta as relações sociais com condições físicas a exemplo de obesidade abdominal, inflamações diversas e pressão sanguínea elevada. Todos estes fatores podem levar a problemas de saúde a longo prazo, como doenças cardíacas, acidente vascular cerebral e até mesmo câncer.

- É importante encorajar adolescentes e jovens adultos a construir e ampliar seus relacionamentos sociais para interagir com outras pessoas. Isto tem o mesmo valor de uma alimentação saudável ou de ser fisicamente ativo - ressalta Kathleen Mullan Harris, professora de Chapel Hill e uma das autoras do estudo.

O trabalho, publicado ontem na revista “Proceedings of the National Academy of Sciences”, baseia-se em pesquisas anteriores que mostram como a longevidade das pessoas estudadas parece proporcional à quantidade de suas relações pessoais. Agora, a equipe de Kathleen mostra como essas mesmas conexões reduzem os riscos de problemas de saúde nos diferentes estágios da vida.

isolamento na adolescência, por exemplo, aumenta o risco de inflamações na mesma intensidade que a inatividade física, enquanto a integração social protege contra males como a obesidade abdominal. Na velhice, diz o estudo, a ausência de relações é mais prejudicial no controle da hipertensão do que o diabetes. Já na meia idade, a pesquisa deixa claro que o que importa não é tanto o número de conexões sociais de um indivíduo, mas, sim, o que essas relações fornecem em termos de apoio ou contra a tensão social.
- A relação entre a saúde e o grau em que as pessoas são integradas em grandes redes é mais forte no início e no fim da vida, e não tão importante na meia idade, quando a qualidade dos relacionamentos é mais importante do que a quantidade - destaca Kathleen.

Coautora do levantamento, a professora Yang Claire Yang defende que os médicos fiquem mais atentos à importância das relações sociais de seus pacientes.
- Os profissionais de saúde devem redobrar seus esforços para ajudar o público a entender como os laços sociais são importantes em nossas vidas - explica.

http://www.gerasaude.blogspot.com.br/

“A vida sexual dos esposos é o centro da sua vida espiritual”

A espiritualidade na vocação matrimonial passa necessariamente pela doação total e recíproca do corpo

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A espiritualidade matrimonial não consiste apenas na oração e nas práticas de piedade feitas em conjunto pelos cônjuges. A vivência da espiritualidade nesta vocação particular passa necessariamente pela doação total e recíproca do corpo. Mais ainda: a união conjugal é o centro e o coração da vida espiritual do matrimônio!
Não é “apesar” da sexualidade que os esposos devem crescer na vida espiritual: é justamente “através” do exercício ordenado da sexualidade, ou seja, em conformidade com a sua finalidade e propósito. A vida sexual dos esposos não pode ser considerada um aparte na sua vida espiritual: pelo contrário, ela faz parte do coração e do centro da espiritualidade conjugal. Esta é a perspectiva da Teologia do Corpo, de São João Paulo II, que pode parecer “surpreendente” e “inovadora” para muita gente que desconhece a verdadeira doutrina da Igreja (gente que, em vez de conhecer a doutrina diretamente em sua fonte, só “fica sabendo” de pedaços dela que são mal apresentados, descontextualizados ou abertamente manipulados pelo assim chamado “jornalismo” laico).
Se é verdade que a mídia presta um serviço muito questionável quando “informa” (?) sobre questões de doutrina católica, também é verdade, por outro lado, que, durante quase vinte séculos, não existiu na Igreja “uma espiritualidade especificamente conjugal”: a literatura espiritual sempre foi abundante para sacerdotes e religiosos, mas bastante menos rica em material que abordasse a grandeza e a profundidade da vocação matrimonial como um caminho específico de santidade. Os casais se viam “obrigados” a alimentar-se de uma espiritualidade que não era especificamente voltada para o seu estado de vida nem para a sua vocação.
Isso não quer dizer que a Igreja não considerasse a sexualidade conjugal uma dimensão da santidade no matrimônio. Mas foi graças à Teologia do Corpo, de São João Paulo II, que ficou mais claro para os católicos que “tanto o matrimônio quanto a entrega de si mesmo aos outros através do celibato pelo Reino envolvem o dom total de si, e que ambas as vocações – matrimônio e celibato – podem conduzir à santidade”.
A espiritualidade das pessoas casadas
É própria dos casais unidos em matrimônio, e não uma simples transposição da espiritualidade de religiosos e religiosas para a vida matrimonial. A espiritualidade matrimonial se articula no aspecto que mais a distingue da vida consagrada: a entrega do corpo.
Quem abraça o chamado ao “celibato pelo Reino”, como Jesus o caracteriza, procura a união com Deus em uma relação direta com Ele. Já no matrimônio a vocação recebida é um chamado ao encontro com Deus através da doação própria a outra pessoa – incluindo nessa doação a própria entrega carnal. É constitutivo da espiritualidade conjugal compartilhar a vivência carnal – que não é só sexual, mas também afetiva, terna e ligada ao conjunto de aspectos que São João Paulo II chamou de “linguagem do corpo”.
E é essencial entendê-lo bem, porque, do contrário, tenta-se viver uma espiritualidade de celibato dentro do matrimônio e os esposos se perdem. Há pessoas casadas que procuram Deus fora do matrimônio ou “apesar” do matrimônio, quando é precisamente a sua vocação ao matrimônio que deveria levá-las a buscar a Deus “através” da doação pessoal de cada cônjuge um ao outro.
Uma espiritualidade “especificamente conjugal”
Depois de séculos focados em revelar toda a beleza da espiritualidade religiosa e sacerdotal, a Igreja é chamada, hoje, a revelar outra dimensão do tesouro que recebeu: a espiritualidade conjugal. Espera-se o equilíbrio entre as duas modalidades possíveis de uma mesma e única vocação de todo homem e de toda mulher: o dom de si próprio, que São João Paulo II chamava de “vocação esponsal” da pessoa. Esta vocação pode realizar-se no dom de si mesmo a Deus, através da vocação esponsal virginal (consagrada, religiosa ou sacerdotal) ou no dom de si mesmo a outra pessoa: a vocação esponsal conjugal.
Os primeiros elementos explícitos da espiritualidade conjugal podem ser encontrados em São Francisco de Sales, mas é principalmente no século XX que começam a surgir movimentos de espiritualidade conjugal. É o caso, por exemplo, do que se iniciou na França por influência do padre Caffarel e das Equipes de Nossa Senhora.
Além da procriação: a importância do ato conjugal
O ato conjugal não pode ser reduzido a uma simples necessidade voltada a gerar vida. Tanto a procriação como a comunhão dos esposos são fins do ato conjugal e estão intrinsecamente unidas: a comunhão dos esposos faz com que eles queiram gerar vida, já que toda comunhão autêntica tende à fecundidade. Além disso, o dom da vida completa e aperfeiçoa a comunhão dos esposos. Os dois significados do ato conjugal, condicionados um ao outro, devem, portanto, ser mantidos juntos, como já pedia Paulo VI na encíclica Humanae Vitae, de 1968.
A união entre espiritualidade e sexualidade é um desafio para todo matrimônio autenticamente cristão – mas não é impossível. Pelo contrário: a Igreja estaria nos enganando ao nos apresentar o matrimônio como uma vocação cristã à santidade se não fosse possível unir a sexualidade e a espiritualidade.
O matrimônio como vocação inferior? De jeito nenhum!
São João Paulo II declarou enfaticamente que, “nas palavras de Cristo sobre a castidade ‘pelo reino dos céus’, não há nenhuma referência a uma ‘inferioridade’ do matrimônio no tocante ao corpo ou à essência do próprio matrimônio (o fato de que o homem e a mulher se unam para se tornar uma só carne)”. E de novo: “O matrimônio e a castidade [‘pelo Reino’] não são opostos e não dividem a comunidade humana e cristã em dois campos: o dos ‘perfeitos’ graças à castidade [vivendo em celibato] e o dos ‘imperfeitos’ ou menos perfeitos por ‘culpa’ da realidade da sua vida matrimonial”. Não se pode ser mais claro! No entanto, é verdade que a prática total dos votos de pobreza, castidade e obediência da vida religiosa permitem chegar com maior facilidade à caridade plena, que é a única medida válida da vida cristã.
Quanto à santidade “sozinho” ou “em casal”, vale recordar um provérbio que diz que “sozinho se chega rápido, mas acompanhado se chega longe”. Quando há dois, é preciso levar o outro em conta para ambos avançarem juntos. Tentações não faltam para fugir desta exigência do matrimônio… Aliás, quem não se sente chamado a avançar assim na vida cristã é porque, talvez, não tenha a vocação matrimonial – e isso é perfeitamente legítimo, já que é bem claro que nem todos recebem de Deus a mesma vocação.
Perdão e comunhão conjugal
Não há limites para o perdão, que é premissa da comunhão. É o perdão que permite a perpétua restauração da comunhão. Os atos negados de perdão vão levantando uma montanha que separa o casal. Pedir perdão e perdoar é tarefa de todos os dias, porque todos os dias se causa alguma pequena ferida.

http://pt.aleteia.org/2016/03/21/a-vida-sexual-dos-esposos-e-o-centro-da-sua-vida-espiritual/?utm_campaign=NL_pt&utm_source=topnews_newsletter&utm_medium=mail&utm_content=NL_pt-Mar%2027,%202016%2007:01%20am

domingo, 13 de março de 2016

Por que ficamos adiando o cumprimento dos nossos deveres?

Pro-cras-ti-na-ção (substantivo do latim procrastinatio, -onis): ato de postergar ou adiar algo. Ex.: Sua primeira dica é evitar a procrastinação.

Quem imaginaria que, depois de décadas de luta contra a procrastinação, o dicionário, entre todas as outras coisas, daria a solução.
Evitar a procrastinação. Isso é tão elegante em sua simplicidade.
Enquanto estamos aqui, vamos também garantir que os obesos evitem excessos, que os deprimidos evitem a apatia, e alguém por favor informe às baleias encalhadas que elas deveriam evitar ficar fora do mar.
Não, “evitar a procrastinação” é um bom conselho só para os falsos procrastinadores, aqueles que dizem “eu me distraio totalmente no Facebook algumas vezes durante o trabalho, como sou procrastinador!”, as mesmas pessoas que diriam a um verdadeiro procrastinador algo como “ah, é só não procrastinar que você vai ficar bem!”.
O que nem o dicionário nem os falsos procrastinadores entendem é que para um verdadeiro procrastinador a procrastinação não é opcional: é algo com o qual não se sabe como lidar.
Na faculdade, a liberdade desenfreada e repentina foi um desastre para mim – eu não fiz nada, nunca, por qualquer motivo. A única exceção é que eu tinha que entregar trabalhos de tempos em tempos. Eu os fazia na noite anterior, até que percebi que poderia fazê-los de madrugada, e assim foi até que me dei conta de que poderia começar a fazê-los no início da manhã do dia em que deviam ser entregues. Esse comportamento atingiu níveis caricatos quando fui incapaz de começar a escrever meu trabalho de conclusão de 90 páginas até 72 horas antes do dia em que devia ser entregue, uma experiência que terminou comigo no consultório médico do campus aprendendo que a falta de açúcar no sangue havia sido a razão de minhas mãos ficarem dormentes e meus punhos ficarem cerrados contra a minha vontade (concluí o trabalho – e não, ele não ficou bom).
Mesmo escrever este post levou muito mais tempo do que deveria, pois passei um bocado de horas fazendo coisas como notar esta imagem  na minha área de trabalho por ter usado num post anterior, abri-la, olhar para o gorila por algum tempo, pensando sobre o quão facilmente ele poderia me vencer numa luta, depois me perguntando se ele poderia vencer um tigre numa luta, depois me perguntando quem venceria a luta entre um leão e um tigre, e depois googleando a respeito disso e lendo sobre o assunto por algum tempo (o tigre iria vencer). Sim, eu tenho problemas.
Para entender por que os procrastinadores procrastinam tanto, vamos começar entendendo o cérebro de um não-procrastinador:
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Bastante normal, certo? Agora, vamos olhar para o cérebro de um procrastinador:
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Percebeu algo diferente?
Parece que o Tomador de Decisões Racionais no cérebro do procrastinador está convivendo com um animal de estimação -o Macaco da Gratificação Instantânea.
Isso seria legal – fofinho, até – se o Tomador de Decisões Racionais soubesse alguma coisa sobre como lidar com um macaco. Mas, infelizmente, essa habilidade não fez parte de sua formação e ele fica completamente indefeso quando o macaco torna impossível o cumprimento de suas tarefas.
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O fato é que o Macaco da Gratificação Instantânea é a última criatura que deve ser encarregada das decisões, pois ele  pensa no presente, ignorando as lições do passado e desprezando completamente o futuro, e só se preocupa em maximizar a tranquilidade e o prazer deste instante. Ele não compreende o Tomador de Decisões Racionais melhor do que o Tomador de Decisões Racionais o compreende. Porque temos de continuar a correr – ele se pergunta – se podemos parar (o que nos faria nos sentir melhor)? Porque temos que treinar com esse instrumento musical se isso não é divertido? Porque nós usamos um computador só para trabalhar quando a internet está bem ali, esperando para ser usada? Ele pensa que os humanos são loucos.

No mundo do macaco, ele tem tudo planejado – se você comer quando estiver com fome, dormir quando estiver cansado e não fizer nada de difícil, você é um macaco muito bem sucedido. O problema para o procrastinador é que ele vive num mundo de humanos, e isso faz do Macaco da Gratificação Instantânea um navegador altamente desqualificado. Enquanto isso, o Tomador de Decisões Racionais, treinado para tomar decisões racionais e não para lidar com disputa por controle, não sabe como se engajar numa luta de verdade – ele apenas se sente cada vez mais mal sobre si mesmo a medida em que falha e a medida em que é repreendido pelo sofrido procrastinador em cuja cabeça vive.
É uma bagunça. E com o macaco no comando, o procrastinador se vê passando um bocado de tempo num lugar chamado Playground das Trevas*.
O Playground das Trevas é um local que todo procrastinador conhece bem. É o lugar em que acontecem atividades de lazer quando as atividades de lazer não deveriam acontecer. A diversão que você tem no Playground das Trevas não é realmente divertida pois é completamente imerecida e a atmosfera é repleta de culpa, ansiedade, raiva de si mesmo e pavor. Às vezes o Tomador de Decisões Racionais bate o pé e se recusa a perder tempo fazendo atividades habituais de lazer, e uma vez que o Macaco da Gratificação Instantânea certamente não vai deixar você trabalhar, você se encontra num purgatório bizarro de atividades estranhas onde todo mundo perde. **
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E o pobre Tomador de Decisões Racionais apenas suspira, tentando descobrir como deixou o ser humano que supostamente devia estar no comando acabar ali novamente.
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Nessa situação, como é que o procrastinador consegue eventualmente concluir alguma tarefa?
Ocorre que há uma coisa que faz o Macaco da Gratificação Instantânea se cagar de medo:
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O Monstro do Pânico está adormecido a maior parte do tempo, mas ele repentinamente acorda quando um prazo fatal está muito próximo ou quando há risco de constrangimento público, de um desastre na carreira ou de outra consequência assustadora.
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O Macaco da Gratificação Instantânea, normalmente inabalável, tem pavor do Monstro do Pânico. De que outra forma você poderia explicar que a mesma pessoa que não consegue escrever uma frase introdutória num artigo durante o período de duas semanas de repente é capaz de ficar acordado a noite toda, lutando contra a exaustão, e escrever oito páginas? Porque outro motivo uma pessoa extraordinariamente preguiçosa iniciaria uma rotina rigorosa de exercícios físicos se não fosse por um ataque do Monstro do Pânico, apavorado com a possibilidade de tornar-se pouco atraente?
E esses são os procrastinadores sortudos, pois há aqueles que nem sequer respondem ao Monstro do Pânico, e nos momentos mais desesperados acabam correndo para cima a árvore junto com o macaco, entrando em um estado de desligamento autodestrutivo.
Que turma nós somos.
É claro, isso não é jeito de viver. Mesmo para o procrastinador que não consegue, eventualmente, fazer as coisas e continuar a ser um membro competente da sociedade, algo precisa mudar. E aqui estão as principais razões para isso:
1) É desagradável. Tempo precioso demais é desperdiçado agonizando no Playground das Trevas, tempo que poderia ter sido gasto usufruindo de um lazer satisfatório e bem merecido se as coisas tivessem sido feitas em um cronograma mais lógico. E pânico não é divertido para ninguém.
2) O procrastinador, em última instância, não se valoriza. Ele acaba realizando menos e falha em alcançar seu potencial, o que o corrói ao longo do tempo e o enche de arrependimento e auto-recriminação.
3) Os Preciso-Fazer podem acontecer, mas não os Quero-Fazer. Mesmo se o procrastinador está no tipo de profissão em que o Monstro do Pânico está regularmente presente e ele consegue cumprir suas metas no trabalho, as outras coisas da vida que são importantes para ele – entrar em forma, cozinhar refeições mais elaboradas, aprender a tocar violão, leituras ou mesmo fazer uma ousada mudança em sua carreira – jamais acontecem pois o Monstro do Pânico de regra não se mete nessas coisas. Realizações como essa expandem nossa experiência, tornam nossa vida mais rica e nos trazem um bocado de felicidade – e para a maioria dos procrastinadores elas são guardadas na gaveta.
Então como um procrastinador pode melhorar e se tornar alguém mais feliz?
(Leia a  2ª parte deste artigo clicando aqui)
(Originalmente publicado em Ano Zero)

Como o melhor filme de animação do ano pode te fazer um pai ou mãe melhor

“Divertida Mente” não é apenas um filme lindo, é uma lição básica de neurociência

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Não é todo dia que um filme de animação popular é inteligente, encantador e ainda fornece grandes ferramentas para os pais.Divertida Mente é tudo isso. A criação da Pixar ganhou o – bem merecido – Oscar de melhor animação em 2016.
O filme conta a história de uma menina de 11 anos chamada Riley, que se muda com seus pais de sua cidade natal em Minnesota, para viver em uma casa no coração de San Francisco. A maior parte do filme se passa no cérebro da Riley, onde encontramos cinco personagens que não só gerenciam os seus sentimentos e comportamentos, mas também ajudam a converter suas experiências em memórias, que são armazenadas para posterior recuperação. Estes personagens são Alegria, Tristeza, Raiva, Medo e Repulsa. Eles vivem uma aventura tentando lidar com a experiência de Riley de ter que deixar tudo que ama para trás e se ajustar a uma nova vida.
Divertida Mente explica muito bem – em termos simples, mas precisos e inteligentes – como os sentimentos motivam comportamentos e como as experiências moldam nossas memórias centrais e nossa personalidade, começando no momento em que nascemos (e com maior precisão, é claro, a partir do momento da nossa concepção). O filme oferece às crianças uma forma concreta de falar sobre os seus sentimentos e as razões por trás do porquê elas fazem o que fazem. Através da jornada de Riley, e das lições que a Alegria e a Tristeza aprendem ao longo do caminho, uma criança pode começar a compreender que é comum e normal que algumas memórias e experiências sejam um misto de emoções, e que a vida real não é livre de tristeza e sofrimento, mas a alegria subsiste.
As lições apresentadas no filme percorrem um longo caminho em direção a uma melhor compreensão do cérebro em desenvolvimento – seja em crianças ou adolescentes – bem como o cérebro adulto.
Conseguimos pegar alguns vislumbres rápidos do que está acontecendo na cabeça da mãe e do pai de Riley quando ela está na mesa de jantar falando sobre sua mudança para San Francisco. É um lembrete de que ser um bom pai inclui saber suas próprias motivações para o que você faz, diz e por quê. As lembranças tristes e dolorosas que cada um de nós tem quando adultos, experiências passadas, qualquer raiva reprimida ou vergonha não resolvida (o que teria sido um nome melhor e mais preciso para o personagem “Repulsa” no filme) são percebidas por nossos filhos. Será que estamos desconfortáveis com a tristeza? Será que nos desligamos emocionalmente quando estamos chateados? Será que ficamos na defensiva, ou temos medo da raiva? Ser um bom pai e uma boa mãe não é apenas compreender nossas crianças, mas nós mesmos.
Divertida Mente foi especialmente elogiado na comunidade de pais adotivos (e assistência social). O filme deu a essas famílias uma forma de discutir memórias traumáticas e as raízes do comportamento difícil. Ajuda os pais – e quem ama e trabalha com crianças já conhecidas no abandono, negligência, abuso, trauma e outros – a entenderem melhor de onde essas crianças estão vindo e caminharem em direção à cura.
Você não tem que ser uma família que esteja lidando com algum tipo de trauma passado para assistir a Divertida Mente. Toda criança precisa de linguagem para expressar seus sentimentos e estados de espírito, e entender que as emoções como tristeza e raiva são saudáveis, mesmo que nem sempre sejam fáceis de lidar. Crianças podem aprender que todas as nossas experiências são armazenadas em nosso cérebro, mesmo que já não possamos recuperá-las, e que novas experiências podem mudar a forma como lembramos de algo do nosso passado.
Se você tem filhos com idade superior a quatro anos e quer começar algumas conversas construtivas sobre coisas como birras, ser temperamental ou ter emoções misturadas sobre algo que aconteceu, assista a Divertida Mente com eles. Eu usei o filme para falar com os meus filhos de sete anos de idade (que foram adotados por nós quando tinham quatro anos). Eles gastaram um dia inteiro desenhando e colorindo o que pensavam sobre Alegria, Tristeza, Raiva, Medo e Repulsa em suas próprias cabeças, e desenharam algumas de suas memórias centrais. Um pouco de terapia caseira para começar um longo caminho com as crianças, especialmente quando elas têm algumas pedras no caminho.
Agora estamos todos na expectativa de Divertida Mente Parte 2, onde o personagem com o rosto vermelho, “Raiva”, poderá compartilhar seus segredos mais bem guardados para desabafar de uma maneira saudável.

http://pt.aleteia.org/2016/03/10/como-o-melhor-filme-de-animacao-do-ano-pode-te-fazer-um-pai-ou-mae-melhor/?utm_campaign=NL_pt&utm_source=daily_newsletter&utm_medium=mail&utm_content=NL_pt-Mar%2011,%202016%2007:01%20am

5 lugares simples e poderosos para rezar na sua casa

Você vai ter mais vontade de rezar depois de ler isso

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Certo dia, fiquei pensando nos melhores lugares da casa para rezar, e também pensei sobre o que rezar e como rezar em cada um deles. Não sei se cheguei a algumas conclusões aceitáveis, mas tentarei começar esta semana a colocar em prática o que compartilharei com vocês:
1. Na entrada
É muito bonito fazer uma pequena oração de agradecimento ao chegar em casa. Gratidão por ter um lar, um abrigo, um espaço onde viver. Se for o caso, agradecer por ter alguém com quem compartilhar esse espaço. Ao sair, você pode fazer o sinal da cruz, repleto de significado. Que o Senhor nos guarde, acompanhe e oriente nas atividades fora de casa.
2. Na cozinha
Cozinhar é um ato de amor, de doação. E o alimento vai nutrir o corpo, que é templo do Espírito Santo. Aqui, vale a pena fazer uma oração de oferecimento do trabalho, do esforço: colocar o amor ao serviço daqueles para quem cozinho – inclusive quando cozinho só para mim.
3. À mesa
Compartilhar o pão é sinal de fraternidade. Foi à mesa que Jesus se preparou para sua grande entrega. O Senhor também está presente durante nossas refeições. Uma simples oração de bênção dos alimentos, uma ação de graças, uma petição pelos que não têm o que comer, mesmo que apenas interiormente, dão muito sentido a estes momentos do dia.
4. No quarto
A solidão de cada um é um lugar de encontro com o Pai. Vale a pena colocar nas mãos de Deus todos os anseios, preocupações, conquistas, frustrações do dia. Pode ser um momento de recolhimento, também para assumir o silêncio da nossa ida. Buscar o Senhor e pedir que Ele abençoe o nosso descanso.
5. No chuveiro
Sim, no chuveiro! Tomar banho é um ato de satisfação, força e prazer. Sentir a água nos faz sentir-nos vivos e nos dispõe a descansar, ou a começar bem o dia. A água lava, cura, refresca, aquece. Tornar o Senhor presente nesse momento é torná-lo presente em minha necessidade de recomeçar, de descansar, de sentir calor ou frio, de sentir sua proteção após a batalha do dia.
Há outros lugares, outros momentos e cantos a serem aproveitados: a imagem de Nossa Senhora na estante, a foto da família na parede… Busque seus lugares e reze. Encontre o Senhor no cotidiano, permita que Ele participe da sua vida. Você verá que, com Ele, o dia será muito melhor!

Atentados, suicídios: os jovens diante da violência do mundo

  Francisco Borba Ribeiro Neto   -   publicado em 02/04/23 Diante dessa situação, existe uma tarefa que compete a todos nós: os jovens preci...